Era uma vez um tão vaidoso de sua pessoa que só faltava pisar por cima do povo.
Certa vez procuram-no uns homens que eram tecelões maravilhosos e que fariam
uma roupa encantada, a mais bonita e rara do mundo, mas que só podia ser
enxergada por quem fosse filho legítimo.
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O rei achou muita graça na proposta e encomendou o traje, dando muito
dinheiro para sua feitura. Os homens trabalharam dia e noite num tear
mágico, cozendo com linha invisível, um pano que ninguém via.
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O rei mandava sempre ministros visitarem a oficina e eles voltavam
deslumbrados, elogiando a roupa e a perícia dos alfaiates.
Finalmente, depois de muito dinheiro gasto, o rei recebeu a tal
roupa e marcou uma festa pública para ter o gosto de mostrá-la ao povo.
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Os alfaiates compareceram ao palácio, vestindo o rei de ceroulas, e
cobriram-no com as peças do tal traje encantado, ricamente
bordado mas invisível aos filhos bastardos.
O povo esperou lá fora pela presença do rei e quando este apareceu
todos aplaudiram com muito entusiasmo. Os alfaiates, aproveitando
a festa, desapareceram no meio do mundo.
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O rei seguiu com o cortejo, mas, atravessando uma das ruas pobres da cidade, um menino gritou:
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- O Rei está de ceroulas!
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Todo mundo ali presente reparou e viu que realmente o rei
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O rei seguiu com o cortejo, mas, atravessando uma das ruas pobres da cidade, um menino gritou:
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- O Rei está de ceroulas!
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Todo mundo ali presente reparou e viu que realmente o rei
estava apenas de ceroulas. Uma grande e entrondosa vaia
foi o que se ouviu. O rei correu para o palácio morto de vergonha.
Desse dia em diante corrigiu-se seu orgulho. E enquanto durou
seu reino foi um rei justo e simples para o seu povo.
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